De verdade

Todo mundo quer algo de verdade. Um amor de verdade, uma amizade de verdade, uma vida de verdade. Mas esquecem do principal: ser verdadeiro.  O que mais vejo são pessoas suspirando pelos relacionamentos que gostariam de ter. Querem encontrar pessoas com quem elas possam ser elas mesmas, sem máscaras, sem não-me-toques, alguém com quem possam falar o que pensam sem serem julgadas por isso.  Entretanto, a primeira coisa que fazem ao encontrar alguém é se armar de códigos sociais e de medos. Fecham-se em copas e não dão espaço a si e nem a outrem de serem verdadeiros. Fazem uso indiscriminado dos joguinhos e dissimulações que aprendemos desde a infância e ficam tão absortos nessa teia de interesses frívolos que não conseguem enxergar quando a “coisa de verdade” chega.

É difícil reconhecer a verdade que vive fora de nós, eu sei. Talvez nunca possamos, de fato, saber quais as intenções das pessoas que encontramos pelo caminho. Mas se cada um optar por viver a sua verdade, já será meio caminho andado para que a convivência seja menos rasa.

Se é tão fácil adotar os esquemas sociais que nos estimulam a sermos politicamente corretos e, consequentemente, dissimulados, por que será que é tão difícil vivermos segundo nossa própria ética e valores? Para quê tanta mentira e tanto medo?

Para que se possa ter algo significativo em nossas vidas é necessário que ao se deparar com uma situação ou pessoa nos dispamos de preconceitos e nos abramos ao entendimento. Para ver o sol é necessário que o céu esteja sem nuvens. Para que um relacionamento seja verdadeiro e válido para os envolvidos é necessário que todos estejam sendo verdadeiros, pelo menos consigo mesmos.