De qualquer forma o vento sopra…
Estou ouvindo a canção do Queen: Bohemian Rhapsody. (E tive de desligar porque não consigo escrever ouvindo músicas com letras – sempre presto atenção nelas ;/).
Esta letra fala de um garoto que matou um cara e está prestes a ser julgado. O que sempre me chamou atenção nela é a frase que usei como título deste post. Ficamos tão centrados em nós mesmos que geralmente esquecemos que não significamos nada comparados à imensidão do universo. Não importa o que façamos, seja bom ou ruim, o fato é que a vida segue com ou sem a gente: “anyway the wind blows”. E este é um pensamento prá lá de angustiante para os egocêntricos. Como assim “a vida segue sem mim”? A gente logo pensa.
Infelizmente, é verdade. A vida segue à revelia, como eu disse no poema. O que esta constatação tem a nos ensinar? Humildade, talvez. Coragem para viver o momento. Já que, independente dos nossos planos, a vida fará o que bem entender, por que temer o risco? O que de fato você tem a perder? Talvez você pense: “Eu tenho muito a perder, sim. Tenho família, amigos, estabilidade, bens”. Mas me diz uma coisa, quem te convenceu de que essas coisas são realmente suas? E caso sejam, por quanto tempo? É um tremendo auto engano achar que “temos” algo ou alguém quando na verdade sequer podemos garantir que voltaremos vivos para casa, não é mesmo?
Entretanto, o que a gente faz de melhor é justamente ignorar todas essas verdades e se iludir. Daí a gente se apega com unhas e dentes, a tudo; a todos. E daí a gente sofre. E faz drama. E se lamenta. E quer colo. E quer morrer. E quer viver. Mas jamais para e encara o fato de que querer nem sempre é poder.
Essa força chamada vida é uma correnteza. Ou você se joga e vai com ela ou você se afoga nela. E não se trata de fazer a escolha certa. Ela não tá nem aí para suas escolhas. Ela vai seguir. O vento vai soprar.