Contentar-se com nada

Feliz daquele que consegue contentar-se com nada. Pois esses não se decepcionarão. A filosofia budista (filosofia oriental, no geral) fala sobre o desapego. Essa virtude de não se apegar a nada é uma das práticas mais difíceis do dia-a-dia. Como não esperar algo do dia a sua frente ou de “um sábado a noite”?. Todo mundo espera alguma coisa e esse é o nosso grande fomentador de dores da alma. E como podemos aplacar essa dor da espera? Podemos, mas será que queremos? Seria um mundo sem expectativas um mundo melhor?

Vejamos. O que aconteceria se todas as pessoas do mundo resolvessem não querer mais nada? Acredito que mais nada seria descoberto ou criado. Desejar algo é premissa para que esse algo se torne realidade. Uma coisa é entender que nem tudo que se deseja é possível de se realizar ou ter, outra é “desapegar”, abandonar de vez todos os desejos. 

Esperança, expectativa e desejos são motivadores, impulsionadores. Sem o mínimo dessas nada acontece. E que graça tem viver num mundo onde nada acontece? 

Eu sei na pele que essa coisa de ficar esperando muito das situações e das relações causa mais decepção do que realizações. Mas por outro lado, se você não acreditar nem um pouquinho que algo de especial pode, por um descuido do destino, por uma ironia da vida, por acaso ou até por um milagre, acontecer o que vai te manter na ativa? Para quê você vai levantar todos os dias? Para que vai aprender, trabalhar ou até mesmo se cuidar? Que motivação te resta quando você deixa de acreditar que tudo é possível?

Como diz o ditado popular:

A esperança é a última que morre.

Deve ser porque depois que ela morre não há mais nada a se fazer.

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