Estava acompanhando algumas discussões sobre a tal festa de um Colégio Marista com o título “Se nada der certo.” Nessa festa os estudantes foram “fantasiados” das profissões que teriam se algo desse errado em suas jornadas profissionais. Eles foram fantasiados de empregadas domésticas, atendentes do MacDonalds, porteiros e afins. Não vou aqui entrar no mérito da moral ou da ética em relação a essas escolhas. Só quero relatar a conversa que tive com o meu filho, que tem oito anos, sobre o assunto. Eu queria sondar o que uma criança de oito anos já teria de ideia formada sobre o que é ter uma profissão bem sucedida ou não. Segue o diálogo:
_Filho, sabe o Marista?
_Sei.
_Lá, eles fizeram uma festa com o título “E se nada der certo?” Os alunos deveriam ir vestidos com as roupas das profissões que eles teriam se nada desse certo. Com quais roupas você acha que eles foram?
_Professor, Astronauta e Policial.
_Por quê? Você acha que essas são profissões que não deram certo?
_NÃO. Eu sou criança! Toda criança quer ser professor, astronauta e policial.
_Ah, então você não entendeu o que a mamãe disse. Os alunos deveriam se vestir com as profissões que eles achavam que deram errado, que fracassaram. Quais profissões você acha que são assim?
_Não sei.
_Pois é. Eles foram vestidos de porteiros, faxineiras, atendentes de lanchonetes. O que você acha disso? Você acha que essas profissões são fracassadas?
_Não! Se as faxineiras não limparem as coisas, vai ficar tudo sujo. Ser atendente do MacDonalds deve ser bem legal.
Depois eu expliquei para ele o que estava rolando na Internet sobre o assunto. Mas o mais legal foi ver que ele ainda não foi contaminado pelo conceito de fracasso ou sucesso. Para ele cada um é importante dentro do que escolheu fazer. E isso me deixou muito feliz, confesso.
Eu costumo dizer que se nada der certo eu viro hippie. Mas nunca pensei nisso como o fundo do poço. Seria mais como a libertação total do sistema. Talvez agora eu tenha de repensar o conceito: ACHO QUE SE TUDO DER CERTO, EU VIRO HIPPIE! 🙂