Outro dia estava pensando sobre a perfeição e cheguei a conclusão que após atingir a perfeição a existência acaba. A perfeição é o fim para nós que estamos acostumados a ser imperfeitos, inacabados. Veja o exemplo do cachorro que corre atrás da roda do carro. Ele late, pula, fica excitado. Parece que se pegar a roda vai deixa-la em pedaços. E o que acontece quando o carro para? NADA! Ele fica sem graça, não sabe mais o que fazer.
Então você luta para ter casa, carro, dinheiro, amor, conforto, etc. E quando você tem tudo isso, você se pergunta? E agora? O que me restou para conquistar? E um enorme vazio se instala dentro de você porque pela primeira vez na vida você PAROU! E percebeu que talvez tivesse passado a vida inteira como o cachorro atrás da roda do carro.
E você alguma vez já se perguntou o porquê de correr tanto? Você tem um plano de vida? Ou você só segue o fluxo, faz o que todo mundo faz para sobreviver? O que de tão horrível pode acontecer se você decidir dar um tempo?
Eu acho que a vida deveria ser de correrias e pausas. As correrias servem para dar conta de tudo que se quer fazer enquanto temos tempo e as pausas para poder apreciar os nossos feitos. Entretanto, vivemos num mundo que nos diz o tempo todo que se você pausar, você vai perder o bonde. Por exemplo, se você não estiver olhando o tempo todo para o stream da sua timeline, a informação postada há 10 segundos já foi empurrada para o passado por mais 10 outras novidades imperdíveis. No trabalho ou na escola você tem de estar atualizado. Na vida você tem de estar a par “da última”. E a maioria das pessoas se deixa levar pela correnteza do senso comum que dita como as coisas devem ser. Por isso que muitos, assim como os cachorros atrás da roda em movimento, não sabem o que fazer quando conseguem o que achavam estar atrás. Foram treinados a correr atrás e não a conseguir e aproveitar suas conquistas.