Depois de tanto ler e tanto pesquisar sobre assuntos diversos eu cheguei a conclusão que por saberem de tudo, ninguém sabe de nada. A lista de controvérsias sobre qualquer assunto é infindável. Por exemplo, já pesquisou sobre os malefícios de se comer ovos? Com certeza você encontrará ativistas veganos e até especialistas em nutrição te dando pelo menos 10 motivos para não comê-los e a mesma quantidade defendendo com unhas e dentes a necessidade de ingeri-los ao menos uma vez por semana. A controvérsia está até em lavar ou não os ovos e colocá-los na geladeira ou não. E nós, que não somos especialistas em nada, ficamos totalmente perdidos na maior parte das vezes.
E as dicotomias são variadas e abrangentes. Pesquise sobre os assuntos abaixo:
- Religião X Ateismo
- Medicina alopática X Medicina natural
- Fenômenos paranormais X Fenômenos naturais
- Corrente alternada X Corrente contínua
- Partido A X Partido B
- Marca A X Marca B
Pense em um assunto. Qualquer um. Agora pesquise sobre ele. Vá fundo. Você verá que o que eu estou dizendo é fato. Para qualquer coisa que você diga ou pense sempre haverá alguém para discordar e te provar que você está errado.
Toda essa confusão de informações tem um efeito anulador para mim. Explico: quando se busca uma informação você quer tomar uma decisão baseada em fatos. Se você encontra um número X de afirmações sobre essa informação e o mesmo número X de negações, você volta a estaca zero. Não pode acreditar e nem desacreditar de nada. O que fazer, então?
Bem, eu só posso falar por mim, o que eu geralmente faço quando me deparo com situações assim. Eu uso minha intuição e sou guiada por aquilo que já tenho a tendencia a acreditar. Para as coisas que são testáveis, como uma determinada marca de celular ou um determinado tratamento natural, eu testo e tiro minhas próprias conclusões. Para aquelas que não são testáveis eu fico neutra ou escolho a teoria que mais se assemelhar às minhas crenças.
Vivemos na era da informação e como em qualquer dicotomia, isso é bom e é ruim. Como disse Thomas Gray já no século XVIII: A Ignorância é felicidade! Não, não, isso não é um apelo à ignorância é só o reconhecimento de que saber demais às vezes atrapalha porque pode te paralisar. E sim, eu me pego me perguntando se vale a pena saber tanto de tão pouco ou tão pouco de tanto, levando em consideração todo o conhecimento gerado no mundo. E acho que não há forma melhor de terminar este texto do que citando meu queridíssimo João Guimarães Rosa:
“Eu quase nada sei, mas desconfio de muita coisa.”
P.S. É por isso que o título do meu livro é ACHISMOS.
Menina escritora, eu adorei sua forma despreocupada de escrever.
Temos muito em comum, ao que me parece, você busca equilíbrio na hora de colocar sua opinião de forma pessoal e imparcial.
Parabéns pela escrita e pelo blog. 😉
Obrigada pela visita e pelos elogios. ????