Será que teremos que ser sempre o que todos querem que sejamos?

@seraphicetica
Do livro: Equilíbrio: A Vida Não Faz Acordos

A primeira vez que ouvi este questionamento pensei se tratar de algo muito particular de quem o disse. Mas ao ler o livro EQUILÍBRIO: A VIDA NÃO FAZ ACORDOS , eu percebi que é um sentimento que abrange mais pessoas. O que me deixou muito surpresa, aliás, porque eu nunca me senti como sendo alguém que os outros queriam que eu fosse. E talvez, por isso, eu não entendesse muito bem o sentimento. Então resolvi refletir melhor sobre isso.

A primeira pergunta que eu me faço é: O que é esse ser que todos querem que eu seja? No meu caso específico, eu sou mulher, sou casada, logo, sou esposa; sou mãe, sou filha, irmã, sobrinha,nora, cunhada,  prestadora de serviços, amiga, dona de casa; os papeis são quase infinitos.E a segunda pergunta que me faço é: Quais desses papeis me foram impostos e quais eu escolhi viver?

Papeis impostos
-mulher  (seleção biológica natural)
-filha
-irmã
-sobrinha
-nora (consequência de uma escolha)
-cunhada

Papeis escolhidos
-esposa
-mãe
-prestadora de serviços
-amiga
-dona de casa

O que me leva a concluir que boa parte da minha vida é consequência de minhas escolhas e a parte que não é não chega a ser uma prisão porque sabemos de pessoas que mudam de sexo, migram para outros países e vivem longe dos desafetos. Ou seja, não percebo nenhuma “obrigação” em ser o que você não deseja ser.
Concordo que viver em sociedade exige de você uma certa conduta. Se você aceita um emprego, terá que se sujeitar às regras da empresa. Terá prazos e metas a cumprir. Talvez tenha de trabalhar nos finais de semana. Se você for casado nos padrões ocidentais cristãos, espera-se que você se comporte conforme esses padrões. Mas nada disso lhe é imposto. Você os cumpre porque escolheu participar do jogo. Por isso não acho coerente reclamar da vida que tem. Não há nada que ninguém possa fazer em relação as suas escolhas. A culpa por sua condição é somente sua.

Vamos a um exemplo prático:
Suponhamos que você não esteja satisfeito com o rumo que sua vida profissional está tomando. Você já não sente tanto prazer em fazer o que faz. Entretanto, você está perto de se aposentar, mais 5 anos talvez. Você tem duas opções: chutar o pau da barraca e perder alguns benefícios da aposentadoria ou aguentar mais 5 anos e se livrar do mal de forma mais preponderada. E para cada escolha sempre há consequências: a primeira lhe trará alívio imediato, mas você terá seu padrão financeiro abalado. A segunda te manterá insatisfeito por mais 5 anos, isso se você não morrer nesse meio tempo. É, meu amigo, como diz o livro que citei acima, “a vida não faz acordos“.

Como resolver esses dilemas então?
Dilemas não  têm solução. Do contrário não seriam dilemas. Mas existe algo chamado resignação que é muito difícil de se aplicar na própria vida, mas que, uma vez aprendida, te deixa bem próximo da felicidade. Se você opta por deixar sua vida como está porque não suportaria arcar com as consequências da mudança, então aceite sua limitação e tente ser feliz com ela. Esqueça “tudo-o-que-poderia-ter-sido-se-ao-menos-você-tivesse-tido-a-coragem-de”. Se você não tem essa coragem, paciência! Viva com o que tem. Isso é  que eu chamo de reduzir o “abismo” entre realidade e fantasia. Lamentar-se é viver na fantasia.

Termino com essa citação do resignado Freud, para mais reflexão:

One reply to “Será que teremos que ser sempre o que todos querem que sejamos?”

  1. Mais pela listagem acima, a vida imposta é maior do que a vida escolhida. E mudar de sexo é uma decisão que depende de fatores que também são impostos, como ter dinheiro para fazer isso, por exemplo. Nós não podemos interferir em muitas situações que nos foram impostas. O texto ficou simplório. Assim é ridículo. A vida é mais simples e mais difícil do que foi dito acima.

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