Silêncio

Silêncio

Será que já disseram tudo que podia ser dito sobre o silêncio?
Ao olhar por minha janela
Eu ouço o silêncio da lajota  sem reboco
Ouço as nuvem em tom de cinza carmim
e o telhado com manchas das gotas de chuva
Uma antena paira no horizonte
silenciosamente captando sinais do espaço-tempo

É silêncio também a luz que emana da minha tela
Iluminando o silêncio da minha angústia
Que por ser silêncio já nem dura

Em silêncio cresceu o pão que está no forno
E não precisei de um só som para fazê-lo

Este poema também guarda silêncios
Silêncios de pensamentos difusos
talvez confusos

E no silêncio a vida vai brotando sementes, óvulos e frutos
vai formando nuvens
mostrando o sol e a lua
Boa parte da vida é silêncio

Será mesmo silêncio ou é a gente que não escuta?

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