A Culpa é da Mãe?

A culpa é da mãe

Este livro de Elizabeth Monteiro me surpreendeu. Confesso que quase abandonei a leitura no início por achar o texto bobo, mas valeu muito a pena ter persistido. Do meio para o final ela me conquistou. Seus relatos vívidos e seus conselhos pertinentes não só me emocionaram como também me fizeram sentir menos culpada pelos erros cometidos no cotidiano materno.  Seguem abaixo algumas citações das quais mais gostei:

As crianças precisam de gente, de muita gente ao redor delas. Precisam de modelos para crescer. É necessário que os pais abram a porta de casa para receber amigos, é necessário que as crianças aprendam a ajudar o outro e não a fugir dele.

Criança se suja. Corre, não anda, esse é o meio de locomoção natural dela. Ela fala alto, ri muito, faz arte e só quer brincar. Sofá e cama são feitos para ela pular e espelho existe para fazer caretas. Criança deixa tudo espalhado pela casa e nunca vai guardar as coisas tão bem como você o faz.

Mas quando idosos ficamos muitas vezes vagando como mortos entre os vivos e a velhice é muito ameaçadora em um mundo onde só existe lugar para beleza e perfeição. Por isso, a velhice é tão temida e nossos velhinhos tão rejeitados. Temos de ser bons modelos aos nossos filhos. O mundo precisa de gente que ame gente, de pessoas que respeitem seus semelhantes. Penso que o verdadeiro equilíbrio entre as pessoas acontece quando conseguimos integrar os homens, as mulheres, as crianças e os idosos, fazendo que funcione como um todo.

Não deprecie a escola e o professor de seu filho, são eles que cuidam de sua formação. Você não pode desautorizar nem falar com desdém quando se refere às pessoas que têm a responsabilidade de educar seu filho.

Viver em família significa ter longas conversas com os filhos sobre a escola, os seus amigos, os seus professores, as suas dificuldades e habilidades, além de cobrar as suas responsabilidades e deveres e ajudá-los nos problemas.

O seu filho precisa saber que metade da humanidade morre de fome, não tem onde morar e é totalmente desamparada no que diz respeito à saúde e à educação, enquanto uma pequena parcela da população mundial consome de tudo, esbanja e cultiva o supérfluo.

Moral da história: não queira ser uma heroína, faça somente aquilo de que você gostar. Não espere a sua paciência se esgotar para dar o seu limite. Apesar de a alegria ser fundamental em uma família, é preciso perceber e aceitar que a relação mãe-filho não envolve somente amor e bem-estar, mas também chateação, ódio, inveja, cansaço, ressentimentos, ciúmes, rejeição.

A psicanálise mostra que nada é mais destrutivo do que a superproteção. Querer a todo custo fazer o bem a seu filho para livrar-se das suas culpas ou sentir-se boa mãe faz que você jogue sobre ele “o seu próprio bem”.

… é fundamental que você nomeie as emoções e os sentimentos que o seu filho apresenta. Isso o leva ao conhecimento de si. Também é importante que você nomeie o que o comportamento ou as atitudes dele provocam no outro.

Os filhos pedem limites e quando os pais não dão chegam a pensar que não são amados. Já disse e repito: os pais não podem ser “amigos” de seus filhos, mas devem ter uma “postura” amiga. Pais “amigos” acham que devem beber e fumar com seus filhos, ensiná-los a dirigir. Falam de seus namoros e vida sexual, não impõem respeito nem limites. Pais “amigos” dão “duplas mensagens” o tempo inteiro. Por exemplo:— Você vai à festa, mas não beba. Prefiro que traga os seus amigos aqui e a gente toma uma cervejinha com eles.

Não existe pior violência do que aquela vivida dentro da própria casa, por meio das humilhações, da ironia, do sadismo e da indiferença em relação ao sofrimento do outro. Se não existe a Paz Mundial, podemos fazer que ela exista em nossos próprios lares, pois basta praticá-la. Lembrando Gandhi, “Não há um caminho para a paz— A paz é o caminho”.

Não desista de seus sonhos. Idade, filhos, família, nada é obstáculo para que deixemos de lado nossas ilusões, nossos desejos. Sempre é tempo de crescer. A vida nos oferece tempo e oportunidades. O impedimento é sempre interno, nunca externo. O medo de correr riscos ou de fracassar nos paralisa. Temos de priorizar certas situações, adiar nossos projetos, modificá-los, adaptá-los, por vezes, mas nunca abandoná-los.

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